segunda-feira, 31 de agosto de 2009

e passou mais um ano....

Não tem como não cair no clichê de dizer: "Nossa, como passou rápido, parece que foi ontem..." Mas parece mesmo...

Minha princesinha completou DOIS ANOS...

Nesses dois anos vivi os melhores e os piores momentos da minha vida... e não me arrependo de um segundo sequer...

É mágico ver e ser o facilitador do desenvolvimento de uma pessoa... e, meu Deus, como se desenvolvem rápido...

Corujisse à parte, a Gigi é muito esperta, carismática, comunicativa, ativa... e me orgulho muito porque grande parte disso tudo fui eu quem "construiu"...

Esse ano preparar a festinha dela teve um "gosto muito especial" porque ela entendia o que estava sendo feito, diferente do ano passado, onde a festa foi mais para nós do que para ela efetivamente...

Ela curtiu muito cantar o "Parabéns a você", ganhar os "pepentes", apagar a velinha (esse ano ela apagou eeehhhhh!!), ver tudo decorado... e eu curti junto... ver sua ansiedade durante a preparação, seu sorriso, sua carinha de alegria... ai, foi o melhor "elixir da felicidade" que se pode tomar...


"Filha, que Deus te dê muita saúde para você continuar a deixar a mamãe e o papai loucos com as suas artes... Parabéns!!!! TE AMO!!!"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Morri por alguns minutos

Ontem vivi o pior pesadelo da minha vida...
Fui na consulta pré-natal, de rotina, e logo depois buscar a Gi na escola, que é pertinho do consultório... como cheguei uns minutos mais cedo, fiquei esperando o término do horário de aulas, não quis atrapalhar a rotina... tocou o sinal e a turminha dela demorou um pouco para vir, então, como tinha que buscar o Giovanno e fazer o jantar, resolvi buscá-la na sala... chegando lá, olhei pela janela e não a vi, imaginei que ela tivesse dormido, porque ela estava com sono quando foi para a aula... perguntei para uma das professoras onde ela estava e ela disse: "não sei"... e perguntou para a outra professora, que também não sabia... daí olhou no quarto e no banheiro que tem dentro da sala de aula e nada... já comecei a ficar com o coração acelerado... daí ela abriu a porta e falou, na maior calma: "vamos ver se ela está no berçário, porque ela gosta de ir lá" (??!!??)... já fui com passos apressados.. lá ela também não estava...

Nesse momento abriu-se um buraco sob meus pés, meu chão sumiu...

Eu não sabia o que fazer, onde procurar... eu só olhava para o portão enorme, aberto e ficava imaginando minha filha saindo por ele tranquilamente e então perdida por aí...
As professoras ficaram num corre-corre sem rumo procurando ela... eu corri na coordenadora e falei que não achavam a Giovanna... ela tentou me acalmar dizendo que não se perdiam crianças naquela escola... mas eu continuava vendo as professoras correndo desesperadas... eu fiquei meio sem reação... queria gritar, chamar.. não conseguia... queria correr, procurar... não conseguia... queria chorar, me desesperar... não conseguia...

De repente uma grita :"achei"...

Vlupt... o chão voltou para debaixo dos meus pés... o sangue voltou a circular nas minhas veias... eu voltei a respirar... mesmo assim, não consegui correr, não consegui chorar... não tinha uma estrutura de uma célula do meu corpo que não estivesse tremendo...

Cheguei perto dela, que estava no colo da primeira professora com quem falei e que chorava absurdamente (quase que eu tenho que acudí-la), e perguntei: "Filha, onde você estava?" e ela, com a cara mais inocente e sapeca do mundo, sem a menor noção do que estava acontecendo, me respondeu: "mamãe, eu tava codidinha no banheiro pá moiá o cabelo"...

Não me perguntem quantos copos de água eu tomei... só lembro que foram vááários, todo mundo me trouxe um... também não sei como saí da escola e cheguei, dirigindo, no Banco para buscar o Giovanno... eu devo ter sido guiada por Deus, ou alguém que me protegeu...
Quando cheguei em casa, parece que ela sentiu o que aconteceu... me deu um abraço que demorou muito... nessa hora eu desabei... chorei demais... e ainda choro... só de lembrar...

Foram os cinco minutos (acho) mais longos e terríveis da minha vida... por esse tempo eu perdi minha filha.... não queiram imaginar o que é isso, porque ninguém vai conseguir... por pior que você pense, não é nem perto do que realmente é...

Milhões de coisas passam ao mesmo tempo pela cabeça... onde ela estará?como estará?com quem estará?será que vou encontrá-la?não vou mais sentir seu cheiro, seu abraço, seu beijo... não vou vê-la crescer, se formar, casar... não vou ouvir sua voz me chamando, cantando, gritando... não vou mais ficar nervosa com suas artes, birras... não vamos rezar pro anjinho ficar "peiz" na hora de colocá-la para dormir... não vamos mais dar bom dia para o dia todas as manhãs... não vou ouví-la pedindo para cantar o cocoricó ou o txutxucão... não vou ensiná-la a cozinhar... não vou ensiná-la a andar de bicicleta...

Ficou uma "dor na alma"... vai passar... eu sei que vai...

Mas choro quando ela me olha e sorri... choro quando a vejo andando... sentando... levantando... cantando, falando, brincando.... choro...

Laurinha já teve sua primeria grande provação na vida... não nasceu.. ufa...

"Obrigada, Deus, por me permitir continuar guiando os passos dessa anjinha... por ter me permitido colocá-la para dormir ontem, em seu berço, bem tranquila e segura... por me permitir continuar dançando txutxucão no tapete da sala..."

Mãe, desculpa a vez que me escondi dentro da geladeira ou que sumi no zoológico...
Irmã, o susto que você me deu em Viçosa se fingindo de assaltante foi fichinha perto desse...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Crônica verídica

Achei esse texto no site da Revista Crescer... resolvi colocá-lo aqui porque é a mais pura verdade... já dizia minha irmã:"mãe é imaculada"... nada deveria acontecer com mãe... e quando acontece dói em nós... queremos fazer de tudo para aquilo não acontecer... hoje, que sou mãe, sei que a recíproca é verdadeira, não queremos que nada aconteça com nossos filhos...

O que se sente quando uma mãe cai da cadeira?
Marcelo Cunha Bueno

"Demorei 30 anos para entender... não por falta de compreensão, mas pelo fato de minha mãe ter caído somente ontem da cadeira, na minha frente. Não consegui segurá-la, foi rápido demais. Aqueles três segundos de queda mostraram-me uma face de minha mãe que jamais havia sentido ou percebido.
Escutamos o primeiro “cleck”, ninguém disse nada. Ela se levantou para ver os gols da Itália e, quando foi se sentar, o segundo e derradeiro “cleck”. Seu olhar caindo estatelado ao chão foi de desespero e pureza. Um olhar de socorro que pedia uma mão para segurá-lo. Seu corpo foi, aos poucos, inclinando-se em direção ao chão e seus pés levantaram-se juntamente com seus braços, e seu rosto... Ah! Quase não posso me lembrar dele! Seu rosto torcia-se de medo! Constatação um tanto difícil para um filho: mães sentem medo!
Ao cair, inutilmente ela tentou se segurar na toalha da mesa, não conseguiu! Suas mãos levaram uma taça de minha bisavó ao chão. Os óculos de seus olhos de desespero foram para abaixo do nariz. Ela estava presa entre a mesa e a parede. Como foi parar ali? Aquela mulher cheia de vida, corajosa, que me consolava nos meus tombos de infância? Eu não sei consolar mãe caída! Enquanto caía, gritei assustado “mãããe”, para ver se ela parava com aquilo de cair na minha frente! Levantei-me e segurei seus braços. Pude sentir a minha força ajudando seu corpo a se levantar. Olhei em seus olhos e vi que nunca estamos preparados para crescer ou perceber que, uma hora, todos nós chegaremos em lugares que antes não nos pertenciam.
Tive vontade de segurá-la no colo, agradar sua cabeça, chorei contidamente. Tentei limpar os cacos do chão, os do copo e os meus. Havia vinho por toda a parede. Ela reclamava do copo quebrado. Talvez não fosse ele a questão. Troquei de cadeira e continuamos a jantar. Não éramos mais os mesmos. Algo foi invertido naquele momento. Invertemos os papéis. Os dois perceberam isso. Não reconheci a minha mãe ao chão. Não reconheci aquele homem que tentou segurar o tombo da mãe. Difícil lição essa de crescer! Difícil lição essa de amar incondicionalmente alguém desde que nascemos. Dizem que é preciso tombos na vida para crescermos. Concordo plenamente, mas precisava ser o tombo da mamãe?"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Novo corte de cordão umbilical

Aqui estou eu, mais uma vez, toda chorosa, mas orgulhosa da minha pequena princesa...

Hoje foi seu primeiro dia de aula na escola nova... desde ontem estamos falando que ela vai.... arrumamos o uniforme, o material, a mochila, a lancheira... ela ficava falando que ía dar um beijo e um abraço na "popessoua" nova e que ela ía adorar a Gigi (de onde ela tirou isso?)...

Chegamos uns minutinhos atrasadas, e as turmas estavam todas no pátio fazendo uma oração inicial, fui com ela lá... a turminha dela estava toda sentada escutando a coordenadora falar... ela foi e se juntou, mas logo já ficou desconfiada, grudou em mim e ficou pedindo colo... terminada a oração, todas as turmas voltaram para as salas de aula.. a turma dela foi dar um passeio ao ar livre... aos poucos fui soltando sua mão e a deixei ir junto com "os amigos", como ela diz... ela foi... e logo estava liderando a fila... fiquei de longe observando minha princesinha... ela se destaca porque é a única loirinha da turma hehe fica fácil localizar... logo todos voltaram e foram para a brinquedoteca... chegando lá, ela encontrou uma casinha e tomou conta de suas portas e janelas... e eu, fiquei feito boba espiando bem escondidinha pela janelinha da porta da sala... e fiquei.... fiquei.... fiquei... vendo como ela é longe de mim... até o momento que eu estava tão absorta na minha paixão que me descuidei e ela me viu... lógico que me chamou e começou a chorar... a professora falou que não era eu, que ela tinha se enganado... esperei ela parar, se acalmar, o que não demorou muito, porque estava passando um DVD da Xuxa, e vim embora... para não correr o risco dela me ver de novo...

"Ai, minha linda... se você soubesse como é difícil vê-la crescer e se tornar independente... mas segue seu rumo... Mamãe sempre estará aqui, pronta a te guiar pelo melhor caminho..."