segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Independência

Há vinte dias atrás, a Gigi acordou, virou para mim e falou: "mamãe, vou jogar minha chupeta fora... não sou mais nenê..."
eu insisti um pouco para ela pensar bem... mas ela estava tão decidida que acabei incentivando... lógico que depois peguei e guardei... ela pediu um pouco, mas falei que foi no caminhão do lixo, que era para ela pedir pro anjinho procurar no lixo... que pena, o anjinho ainda não conseguiu achar... mas ela já parou de pedir... uma difícil etapa vencida (e de uma maneira surpreendentemente fácil)
Contei essa história porque cada dia que passa ela me surpreende mais com sua independência... agora é ELA que escolhe a roupa, o sapato, a meia e até a calcinha que vai usar;
é ELA que corta e passa manteiga e requeijão no seu pão;
é ELA que coloca pasta de dente na sua escova;
é ELA que limpa até nº2 sozinha;
ela só quer comer em prato de vidro;
ela sobe e se prende sozinha na cadeirinha do carro...
Tô vendo que se eu piscar ela vai virar prá mim e dizer: "pode dormir tranquila, mãe... é só uma festinha na casa da minha amiga, até as três eu tô de volta...."
Acho que ainda não estou preparada para isso...
Abraços

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Primeira benzetacil

"Pai, hoje, depois de mais de trinta anos, entendi seu sentimento naquele dia que você me levou tomar aquela injeção que eu te olhei lavada de lágrimas e falei: viu, pai, nem chorei..."

Hoje tivemos que levar a Gi tomar sua primeira benzetacil...
Com certeza a dor física que ela sentiu não foi nem um milionésimo da dor na alma que eu e o Giovanno sentimos ao vê-la gritando e se contorcendo de dor enquanto tomava sua injeção...
Já a levamos tomar várias injeções, uma vez que sua carteira de vacinas está completinha... mas nada se compara a dor de uma benzetacil...
E essa dor não termina quando acaba a picada... coitadinha... e nem a nossa... ficamos com o coração despedaçado ao vê-la caminhar em passinhos bem pequenininhos, mancando e com a mãozinha no bumbum no lugar da picada... ao vê-la se sentar com muito cuidado, meio de ladinho...

Filha, desculpa... nós só queremos o seu bem... um dia você vai entender... te amamos!!!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tudo de novo...

Ai ai...
Estou sofrendo de novo...
Adaptação da Laura na escola... vou voltar a trabalhar...
Ontem foi seu primeiro dia... até que foi bem... ela não chorou, brincou, comeu...
Confesso que fiquei até um pouquinho chateada, porque achei que ela ía se matar de chorar, de sentir minha falta... que nada... só chorou na hora da fome...
Mas hoje as coisas já não eram a mesma novidade de ontem... então o choro, meu velho conhecido, apareceu...
Como é difícil saber o que fazer nessa hora... devo ir lá socorrê-la? (afinal ela pode pensar que eu a abandonei), devo deixar chorar? (afinal ela vai ter que acostumar)
Como mãe não pensa com a cabeça, mas com o coração, não aguentei o choro e fui socorrê-la...
Sinceramente minha vontade é de largar prá lá o emprego, só para não vê-la sofrer... mas sei que será bom para ela ir para a escola, foi para a Gi...
É que essa fase é muito difícil... Por que a gente tem que sentir tanta culpa? Por que mãe não é como pai, que vai trabalhar desde que o filho tem dias e não sente culpa nenhuma em deixá-lo? Será que essa culpa está no DNA de mãe?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O relógio do tempo não para...

Esse final de semana foi a festa de aniversário da Gigi... 3 ANOS!!!
Estava olhando para a minha pequena, que já escolheu, ela mesma, o tema da sua festa - Moranguinho - que já escolhe as roupas que vai usar, que já come sozinha, já vai no banheiro sozinha, quer andar sem dar a mão, já fala as palavras corretamente, já sabe o abecedário, os números até 50, algumas palavras em inglês...
Está crescendo... é o natural... não temos o que fazer...
E vai dando uma sensação ao mesmo tempo de dever cumprido e de saudade... saudade do tempo que ela precisava do nosso apoio para caminhar, ainda usava fraldas, falava tudo de uma forma deliciosamente errada...
E esse sentimento se aflorou de uma forma muito mais intensa em mim depois da festa.. porque vi uma prima minha - Mônica, é você - às voltas com suas duas filhas já adolescentes... e lembrei de quando as duas nasceram, de quando eram pequenas, das brincadeiras que fazíamos, das horas que elas ficavam mexendo nos meus cabelos... nossa... foi ontem... e agora estão aí... namorando e cuidando das minhas filhas...
Deu um medo... Medo de não estar presente o tempo suficiente ao lado das minhas filhas, de não curtir as suas infâncias ao máximo, de perder coisas da vida delas...
A Gi já tá com 3 anos, a Laura com 9 meses... será que eu fiz tudo o que poderia ter sido feito? será que falhei em alguma coisa?
Espero chegar na adolescência das minhas filhas e olhar para trás sem esse medo de ter perdido elas...
Filhas, amo vocês!!!

domingo, 29 de agosto de 2010

Crescer dói

Quando nossos filhos nascem, infelizmente, não recebemos o "Manual da mãe/pai". Então temos que aprender... E o fazemos com exemplos de amigos/familiares, com o que lemos na internet/revistas/livros, com as orientações do pediatra, os 'pitacos' das avós, e o meio mais importante e comum: na "raça", no dia-a-dia, vivenciando as situações - o "vivendo e aprendendo".
Mas não é sobre isso que quero falar...
Então por que iniciei assim?
É que fui levada por essas coisas que a gente lê e ouve...

"mamadeira muito tempo faz mal pros dentes, devemos tirá-la o quanto antes"

Acreditando nisso, resolvi que 3 anos seria a idade limite para que a Gigi fizesse uso da sua tão querida "dêdê".
Mas como tirar delicadamente, sem causar traumas?
Resolvi inventar uma estória bonitinha e legal (a meu ver): quando a criança faz 3 anos, vira mocinha, então a Fada Mocinha vem e tráz um copo com canudo (o dela é todo rosa com a Minnie) e leva a dêdê para "a menina que não tem dêdê"... parecia o plano perfeito....
Ontem, dia do seu aniversário, antes dela acordar, coloquei o copo na cama dela e quando ela acordou, achou-o.... ficou feliz da vida... tomou água e suco o dia todo no copo... legal, estava dando certo... no meio da tarde levamos a dêdê para o quintal para que a fadinha pudesse levá-la embora, ela se despediu, deu um beijinho... tudo certo...
Chegada a hora de dormir, eu esperava um pouco de manha pela falta da dêdê, mas não contava que ela não ía querer de jeito nenhum tomar o leite no copo... ficou pedindo a dêdê com uma cara de coitadinha, um jeitinho de cortar o coração... não cedi...
Hoje de manhã, nova recusa pelo leite no copo... e a cara de coitadinha piorou... mas tomou água e suco normalmente no copo...
Nova tentativa a noite... nada feito... a cara de coitadinha triplicou... sei o quanto ela estava sentindo falta do leitinho na dêdê, o quanto isso estava "doendo" dentro dela... mas eu não podia simplesmente surgir com a mamadeira... afinal a fadinha tinha levado embora...
Não aguentei, peguei outra mamadeira e dei para ela...
Acho que ela ainda não está pronta para esse passo no crescimento... quando doer menos, tentamos de novo...

sábado, 3 de julho de 2010

Despedida

Estou em clima de despedida... na contagem regressiva...
É que meu leite está secando...
Toda mamada que consigo dar para a Laurinha eu curto até a última gota, porque sempre acho que pode ser a última...
Amamentar para mim sempre foi um ato de muito prazer... é uma entrega de muito amor... nós, mães, precisamos nos doar muito, porque amamentar exige muito de nós, nos torna, de certa forma, prisioneiras do relógio biológico daquele pequeno ser ávido por nosso seio... mas mesmo assim, para mim, sempre foi um momento de muita paz, de muito amor... eu adorei olhar nos olhinhos das minhas duas filhas enquanto elas sugavam com força com suas pequenas linguinhas fazendo um vácuo no bico do meu peito, adorei segurá-las num abraço a cada mamada... aquele barulhinho de engolir ar de quem está aprendendo sua primeira lição... são lembranças que ficarão para sempre guardadas num lugarzinho muito especial dentro de mim...
Confesso que estou um pouco triste, apesar de saber que fiz o que pude para prolongar a amamentação...
Agora minha princesinha está experimentando novos sabores...

Está crescendo....

Abraços

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Antes que elas cresçam...

Achei esse texto lindo....


"Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
É que as crianças crescem.
Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença.
Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.
Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.
Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas.
E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.
Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô.
Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.
No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos.
Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam."
Affonso Romano de Sant'Anna

terça-feira, 9 de março de 2010

Depressão pós-parto

Vou começar esse relato com um texto retirado do site da Revista Crescer sobre o problema...

"Quando você decide ter um filho, a expectativa é grande para saber como é o rostinho dele, se está saudável ou com quem parece. É a realização do seu sonho. Mas, de repente, você começa a se sentir triste, angustiada, com muita facilidade de chorar por coisas que antes não te comoviam. Esse sentimento é chamado “baby blues” (ou depressão pós-parto num estágio bem leve). E é inerente à mulher. “Toda mãe depois do nascimento do bebê tem uma série de alterações hormonais, o que faz com que ela alterne momentos de tristeza e alegria”, diz Alessandro Danesi, pediatra do Hospital Sírio-Libanês (SP). É mais comum quando é o primeiro filho do casal, pela insegurança com os cuidados do bebê, mas isso não quer dizer que essa oscilação de humor não possa surgir com os próximos filhos. Mas há aquelas mulheres que têm um quadro de depressão pós-parto mais acentuado. Ela não tem vontade de fazer nada, só sente tristeza, e tudo o que queria era sumir daquela situação. Esse estágio merece cuidado e intervenção rápida de um especialista. Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) mostra que mães com sintomas de depressão pós-parto têm mais chance de deixar de amamentar o bebê antes do tempo. Isso é verdade. Antes de chegar a esse estágio, há muito o que fazer. E ninguém precisa se sentir culpado por estar assim, justamente no momento em que o bebê chegou. Há terapias e, inclusive, medicamentos que podem ser tomados mesmo durante a amamentação. Além da culpa dos hormônios, se a mulher já tem tendência a ser deprimida, a chegada do bebê pode ser o gatilho para que a depressão apareça. Esse sentimento geralmente surge quando a mulher chega em casa, e não tem mais a assistência de enfermeiras, médicos. Nos primeiros dias o bebê pede ainda mais atenção durante à noite, e isso faz com que a mãe se sinta cansada, piorando a sensação de angústia. É aí que entra o apoio da família. O papel dos médicos Ainda no pré-natal, os pais devem ser preparados psicologicamente pelo obstetra sobre a dificuldade que existe no começo. A ida ao pediatra ainda na primeira semana é fundamental. Mais do que tranqüilizar o casal sobre a saúde do bebê e tudo o que pode acontecer com ele, como o soluço, o espirro, dicas de aleitamento, é hora de conversar com o pai sobre a colaboração e paciência que ele precisa ter nesse começo, tanto com a mãe quanto com o bebê. “Elas precisam descansar, se alimentar, passear. E não têm de se sentir piores porque estão se cuidando”, diz Alessandro. Ficar um mês em casa somente atendendo às demandas do bebê estressa a mulher. Aceite a ajuda do companheiro e da família porque é normal a mulher se atrapalhar com a maternidade. “O maior erro da família é mudar o dia-a-dia em função do bebê. O filho nasce para se juntar à vida dos pais”, diz Alessandro. Essas medidas são simples e importantes no combate à depressão. Depois do primeiro mês, a mulher já se sente melhor. O casal mais adaptado com o bebê, e ele aos pais."

Na minha primeira gravidez eu nem sonhava que passaria por esse tipo de problema... afinal foi uma gravidez planejada, esperada, sem nenhuma intercorrência relevante, feliz... depois que a Gigi nasceu eu a amava muito... mas não tinha muito contato com ela... só o estritamente necessário - trocar, dar de mamar, colocar no berço - não tenho muitas fotos com ela nesse período, não tenho muitas lembranças de chamegos com ela... lembro dela no berço... no carrinho... e lembro muito de mim chorando, não querendo sair de casa, não podendo nem pensar em alterar a nossa rotina... sentimentos muito fortes... descobri por acaso numa tarde em que estava dormindo e de repente acordei numa crise de choro sem motivo nenhum... estava feito o diagnóstico - depressão. Comecei a tomar remédio e aos poucos tudo foi melhorando.. mas voltar ao normal mesmo, demorou quase um ano...
Fiquei com medo de passar novamente pelas mesmas emoções e sentimentos ruins... não podia nem ouvir falar em ter outro filho.. mas os dias foram passando, tudo voltou ao normal... e a vontade de proporcionar para a Gigi a alegria de conviver com um irmão me fez voltar atrás na decisão e engravidar... mas durante os primeiros meses fiquei meio receosa... mas todos diziam que eu não teria nem tempo de ter depressão... sinceramente, acreditei... mas com 10 dias de pós-parto da Laura, quem reaparece na forma de crise de choro sem motivo? esse monstro chamado depressão...
Não queria acreditar que passaria por toda aquela montanha-russa de sentimentos novamente, mas estou passando... dessa vez, estou mais consciente e estou me forçando a fazer algumas coisas que não fiz na vez passada, para tentar, quem sabe, fazer passar mais rápido... estou, também, tentando curtir mais minha filha, para não ficar com o sentimento que fiquei na outra vez... mas tem dias que é difícil.. que não queria ter minhas filhas e nesse dia o sentimento de culpa me consome.. porque eu amo as duas, elas são minha razão de viver... já chorei muito... espero que essa fase tenha passado...
Quero, com esse meu relato, alertar sobre esse problema... e se você estiver passando por isso, calma, procure ajuda médica e fique com uma certeza... isso passa...
beijos

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

1 mês de Laurinha em minha vida

Bom, prá começar vamos falar do parto (porque não falei nada até agora e tem várias pessoas me perguntando)... foi ótimo até o momento da cesárea... de verdade, ADOREI o parto normal, teria mais um monte de filhos se tivesse certeza que os partos seriam assim, mas como tive duas cesáreas, não posso mais ter o normal, dessa forma, "fechei a fábrica"... dói, mas é uma "dor boa", difícil explicar isso... é uma dor que dá prazer.. sei lá... depois que ela passa fica uma sensação boa...

Comecei a ter contrações a 1 da manhã da quinta (10/12) para a sexta-feira (11/12)... passei a noite toda assim, era uma dor forte que vinha e ia, mas bem descompassada, bem irregular... de manhã liguei para a obstetra que disse para esperar em casa até que elas ficassem regulares e com intervalos de mais ou menos cinco minutos entre elas...
Eu tinha um exame para fazer as duas da tarde da sexta.. ela disse para ir fazer... no caminho pro exame as contrações ritmaram de 3 a 5 minutos, ficaram FORTES... fiz o exame e fui pra maternidade... cheguei por volta de 4 da tarde, me examinaram e internaram... oba!!!a Laurinha ía nascer, mas a obstetra disse que provavelmente seria na madrugada do sábado (12/12 - o Gio adorou, porque ele queria que nascesse nesse dia, por causa da "sonoridade" da data - confesso que não acreditei muito nessa previsão dela)... eu estava tão feliz, ía ter meu parto normal... as dores são fortes... tem horas que vc quer bater em alguém... mas dá para aguentar.. a felicidade de ter chegado até ali como eu queria, a vontade de ver a carinha dela, compensava tudo... por volta de 8 da noite me colocaram numa banheira de hidromassagem e em mais ou menos uma hora, quase sem dor (a hidro ameniza MUITO) passei de 5 para 7 cm de dilatação... nesse momento pude receber a anlgesia... daí foi só maravilha... mas um saco, porque vc está na cama, sem poder fazer mais nada, só esperando a natureza agir.. as contrações continuam, mas vc não sente mais a dor, só o endurecer da barriga... lá pelas 3 da manhã cheguei nos tão esperado 10 cm de dilatação.. daí foi começar a fazer força.. a analgesia tava quase passando, e isso é importante porque vc consegue sentir a hora de fazer a força, mas vc não tá mais nem ligando para a dor.... e dá-lhe força força força... não sei dizer quanto de força eu fiz, porque nessa hora eu já tava bem cansada e não tinha muito mais noção de tempo.. mas lembro perfeitamente do momento que a obstetra pegou o fórceps... com muita dificuldade colocou e dá-lhe mais força força força.... então, ela montou um porta-agulha e começou a suturar o corte da episiotomia... nesse momento ela não precisou me falar nada... eu já sabia o que estava acontecendo... não queria acreditar... tinha vontade de chorar, de pedir para ela tentar mais um pouco... mas nem as lágrimas nem as palavras saíam de mim... foi quando ela disse:" Carlinha, não deu, vamos ter que ir prá cirurgia, ela tá muito presa e vai começar a ser perigoso para ela". Eu não tinha o que fazer... fui... rapidinho me prepararam, reanestesiaram e começaram a cortar.. nessa hora, o Giovanno entrou na sala.. e eu desabei a chorar... ficou uma sensação de fracasso.. sei que fomos até onde deu, que eu fui guerreira, afinal, contra todos, esperei até as 40 semanas e 5 dias, fui até o fim do parto normal, mas complicações alheias ao nosso controle impediram sua realização... mas queria ter sentido minha filha saindo de mim... as 4 e 35 da manhã escutei minha princesinha chorando, e só me tranquilizei quando a pediatra veio me dizer que o Apgar dela foi 9 e 10... pronto... estava tudo acabado, minha lindinha estava bem, era o que importava... os dias que se seguiram foram de uma recuperação física e psicológica que eu já conhecia... a cesárea é uma M... eu odiei na primeira e odiei mais ainda na segunda, não vou mentir, nem florear, dói prá caramba, e tem o problema de já ter uma filha, que quer colo, quer chamego, quer que você abaixe e levante, pule, dance, brinque...
Hoje faz um mês que ela nasceu... já engordou 1,2kg a custa de muito leite materno, está "redondinha"... hehe.. me sinto a Mimosa... mas sou muito feliz por poder amamentar minha filhotinha, adoro esse nosso momento.
Abraços