terça-feira, 9 de março de 2010

Depressão pós-parto

Vou começar esse relato com um texto retirado do site da Revista Crescer sobre o problema...

"Quando você decide ter um filho, a expectativa é grande para saber como é o rostinho dele, se está saudável ou com quem parece. É a realização do seu sonho. Mas, de repente, você começa a se sentir triste, angustiada, com muita facilidade de chorar por coisas que antes não te comoviam. Esse sentimento é chamado “baby blues” (ou depressão pós-parto num estágio bem leve). E é inerente à mulher. “Toda mãe depois do nascimento do bebê tem uma série de alterações hormonais, o que faz com que ela alterne momentos de tristeza e alegria”, diz Alessandro Danesi, pediatra do Hospital Sírio-Libanês (SP). É mais comum quando é o primeiro filho do casal, pela insegurança com os cuidados do bebê, mas isso não quer dizer que essa oscilação de humor não possa surgir com os próximos filhos. Mas há aquelas mulheres que têm um quadro de depressão pós-parto mais acentuado. Ela não tem vontade de fazer nada, só sente tristeza, e tudo o que queria era sumir daquela situação. Esse estágio merece cuidado e intervenção rápida de um especialista. Uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) mostra que mães com sintomas de depressão pós-parto têm mais chance de deixar de amamentar o bebê antes do tempo. Isso é verdade. Antes de chegar a esse estágio, há muito o que fazer. E ninguém precisa se sentir culpado por estar assim, justamente no momento em que o bebê chegou. Há terapias e, inclusive, medicamentos que podem ser tomados mesmo durante a amamentação. Além da culpa dos hormônios, se a mulher já tem tendência a ser deprimida, a chegada do bebê pode ser o gatilho para que a depressão apareça. Esse sentimento geralmente surge quando a mulher chega em casa, e não tem mais a assistência de enfermeiras, médicos. Nos primeiros dias o bebê pede ainda mais atenção durante à noite, e isso faz com que a mãe se sinta cansada, piorando a sensação de angústia. É aí que entra o apoio da família. O papel dos médicos Ainda no pré-natal, os pais devem ser preparados psicologicamente pelo obstetra sobre a dificuldade que existe no começo. A ida ao pediatra ainda na primeira semana é fundamental. Mais do que tranqüilizar o casal sobre a saúde do bebê e tudo o que pode acontecer com ele, como o soluço, o espirro, dicas de aleitamento, é hora de conversar com o pai sobre a colaboração e paciência que ele precisa ter nesse começo, tanto com a mãe quanto com o bebê. “Elas precisam descansar, se alimentar, passear. E não têm de se sentir piores porque estão se cuidando”, diz Alessandro. Ficar um mês em casa somente atendendo às demandas do bebê estressa a mulher. Aceite a ajuda do companheiro e da família porque é normal a mulher se atrapalhar com a maternidade. “O maior erro da família é mudar o dia-a-dia em função do bebê. O filho nasce para se juntar à vida dos pais”, diz Alessandro. Essas medidas são simples e importantes no combate à depressão. Depois do primeiro mês, a mulher já se sente melhor. O casal mais adaptado com o bebê, e ele aos pais."

Na minha primeira gravidez eu nem sonhava que passaria por esse tipo de problema... afinal foi uma gravidez planejada, esperada, sem nenhuma intercorrência relevante, feliz... depois que a Gigi nasceu eu a amava muito... mas não tinha muito contato com ela... só o estritamente necessário - trocar, dar de mamar, colocar no berço - não tenho muitas fotos com ela nesse período, não tenho muitas lembranças de chamegos com ela... lembro dela no berço... no carrinho... e lembro muito de mim chorando, não querendo sair de casa, não podendo nem pensar em alterar a nossa rotina... sentimentos muito fortes... descobri por acaso numa tarde em que estava dormindo e de repente acordei numa crise de choro sem motivo nenhum... estava feito o diagnóstico - depressão. Comecei a tomar remédio e aos poucos tudo foi melhorando.. mas voltar ao normal mesmo, demorou quase um ano...
Fiquei com medo de passar novamente pelas mesmas emoções e sentimentos ruins... não podia nem ouvir falar em ter outro filho.. mas os dias foram passando, tudo voltou ao normal... e a vontade de proporcionar para a Gigi a alegria de conviver com um irmão me fez voltar atrás na decisão e engravidar... mas durante os primeiros meses fiquei meio receosa... mas todos diziam que eu não teria nem tempo de ter depressão... sinceramente, acreditei... mas com 10 dias de pós-parto da Laura, quem reaparece na forma de crise de choro sem motivo? esse monstro chamado depressão...
Não queria acreditar que passaria por toda aquela montanha-russa de sentimentos novamente, mas estou passando... dessa vez, estou mais consciente e estou me forçando a fazer algumas coisas que não fiz na vez passada, para tentar, quem sabe, fazer passar mais rápido... estou, também, tentando curtir mais minha filha, para não ficar com o sentimento que fiquei na outra vez... mas tem dias que é difícil.. que não queria ter minhas filhas e nesse dia o sentimento de culpa me consome.. porque eu amo as duas, elas são minha razão de viver... já chorei muito... espero que essa fase tenha passado...
Quero, com esse meu relato, alertar sobre esse problema... e se você estiver passando por isso, calma, procure ajuda médica e fique com uma certeza... isso passa...
beijos